Banca de QUALIFICAÇÃO: ANA LÚCIA ESTEVAM DOS SANTOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA LÚCIA ESTEVAM DOS SANTOS
DATA : 20/02/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE LEISHMANICIDA DA LECTINA OBTIDA DAS SEMENTES DE Canavalia ensiformis (ConA) SOB CEPAS DE Leishmania infantum


PALAVRAS-CHAVES:

Parasitos. Leishmaniose. Concanavalina A. Sinergismo.


PÁGINAS: 73
RESUMO:

As leishmanioses englobam um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania. Elas se manifestam em três principais formas clínicas: leishmaniose visceral (LV); leishmaniose cutânea (LC) e leishmaniose mucocutânea (LMC). Os medicamentos de primeira escolha para o tratamento das leishmanioses são os antimoniais pentavalentes, os quais apresentam efeitos adversos e elevada toxicidade. Nesse sentido, novas terapêuticas têm sido estudadas, e dentro desse cenário estão as lectinas de vegetais. As lectinas são proteínas encontradas em todos os organismos, possuem a capacidade de se ligar especificamente e reversivelmente a carboidratos livres ou em glicoproteínas e glicolipídios. A lectina extraída das sementes de Canavalia ensiformis, chamada de concanavalina A (ConA), se liga de forma especifica a manose/glicose e estudos vêm mostrando que a ConA pode modular respostas imunes que protegem células contra infecções microbianas. Sendo assim, este estudo tem como objetivo avaliar o efeito leishmanicida e analisar os possíveis mecanismos de ação da lectina das sementes de Canavalia ensiformis (ConA) sob cepa de Leishmania infantum. ConA (12 -0.37 µM) foi incubada à cultura de formas promastigotas (24, 48 e 72h) de L. infantum (C8) e a viabilidade celular determinada por contagem em câmara de Neubauer. Posteriormente, foi avaliado a participação do domínio de reconhecimento a carboidratos (CRD), associando a ConA (5 μM) com 0.1 M de α-metil-manosídeo. Ensaios de fluorescência com o diacetato de 2’,7’-diclorodihidrofluoresceína (DCFH2-DA) e Iodeto de Propídio (IP) foram realizados para a avaliação do mecanismo de morte celular. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) foi utilizada para avaliar as possíveis alterações ultraestruturais induzidas pela ConA. Análises de sinergismo e modulação entre a lectina e anfotericina B (AmB) foram realizados. Citotoxicidade sobre macrófagos RAW 264.7 foi avaliada por meio do teste do brometo de 3-(4,5- Dimetiltiazol-2-il) -2,5 difeniltetrazólio (MTT). ConA apresentou atividade leishmanicida na maioria das concentrações testadas de maneira concentração e tempo dependentes, os valores das concentrações inibitórias que a lectina conseguiu eliminar 50% das cepas de L. infantum foram: CI50/24h = 5 μM; CI50/48h = 4 μM; CI50/72h = 3 μM. O ensaio com α-metilmanosídeo mostrou que a inibição do crescimento das promastigotas causado pela ConA foi revertido parcialmente, mostrando que a atividade da lectina está associada a capacidade do DRC interagir com carboidratos presentes na membrana das leishmanias. Os resultados mostraram que a lectina é capaz de induzir a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e causar danos a integridade da membrana celular, além de ser capaz de causar alterações morfológicas na membrana dos parasitos. A combinação da ConA com a anfotericina B foi mais eficiente que os compostos testados separados, a associação dos dois compostos mostrou um efeito sinérgico para aditivo (0.57 μM AmB mais 34.5 μM ConA induziu 95 % da inibição do crescimento), o que representa uma redução de quase 2 vezes da dose requerida da anfotericina aplicada sozinha, e quando testada sob uma concentração subinibitória, ConA conseguiu modular a atividade da anfotericina B em todas as concentrações testadas. As análises de citotoxicidade mostraram que tanto a ConA administrada sozinha como a ConA associada com a anfotericina B não demonstraram toxicidade em células Raw 264.7 e sim um aumento na proliferação destas células. Os resultados mostraram que a ConA possui um potencial antipromastigota e possível interação sinérgica com anfotericina B sob cepas de L. infantum, sugerindo que a ConA pode ser uma alternativa promissora na busca pela melhoria do tratamento das leishmanioses.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - CLAUDENER SOUZA TEIXEIRA
Interna - JACQUELINE COSMO ANDRADE PINHEIRO
Externa à Instituição - RAQUEL GUIMARÃES BENEVIDES - UFC
Externa à Instituição - DAIANY ALVES RIBEIRO
Notícia cadastrada em: 20/02/2025 13:32
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