ATIVIDADE DA LECTINA DE Vatairea macrocarpa: AVALIAÇÃO ANTITUMORAL, EFEITO ANTIANGIOGÊNICO E TOXICIDADE IN VIVO COM Drosophila melanogaster
VML. Cancêr. Toxicidade. Anticâncer.
O câncer é uma doença multifatorial caracterizada pelo crescimento celular descontrolado e alta taxa de mortalidade, tornando-se um dos principais desafios à saúde global. As terapias convencionais, como a quimioterapia, enfrentam limitações significativas. Nesse contexto, as lectinas tem demonstrado atividades biológicas promissora através da intreração seletiva com Carboidratos Associados a Tumores (TACs), presentes na superfície de células cancerígenas, inibindo processos como proliferação celular, angiogênese e metástase. O presente estudo investiga a lectina de Vatairea macrocarpa (VML), analisando sua citotoxicidade em linhagens tumorais humanas, seu potencial antiangiogênico e sua toxicidade em Drosophila melanogaster. Após a purificação da lectina, foram conduzidos ensaios in vitro e in vivo para avaliar as propriedades biológicas e o potencial terapêutico da lectina isolada. Os resultados demonstraram que a VML apresentou citotoxicidade seletiva significativa em células tumorais. Demonstrou efeito inibitório sobre linhagens leucêmicas, com valores de IC50 variando entre 3,5 µg/mL para HL-60 (leucemia promielocítica aguda) e 102,0 µg/mL para KG1 (leucemia mieloide aguda). Além disso, inibiu o crescimento das células A549 (câncer de pulmão) com um IC50 de 97,21 µg/mL. No entanto, não apresentou efeito sobre outras linhagens tumorais nem toxicidade para células não tumorais, como HaCat e VERO. No modelo CAM, a VML exibiu forte efeito antiangiogênico, reduzindo em 70,38% a vascularização induzida por A549 de maneira dependente da concentração, além de inibir os fatores angiogênicos VEGF (71,07%) e TGF-β (65,97%). A imunohistoquímica confirmou a redução de neovascularização e alterações estruturais na membrana corioalantóica, como diminuição de fibroblastos e células inflamatórias. No modelo com D. melanogaster não demonstrou toxicidade, sugerindo que a VML é uma molécula promissora para estudos in vivo. Diante da habilidade de interagir com carboidratos específicos na superfície celular, a VML pode contribuir para efeitos antitumorais seletivos, oferecendo uma potencial alternativa ou complemento às terapias existentes contra o câncer.