Banca de QUALIFICAÇÃO: GILMARA MATIAS DE SOUSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GILMARA MATIAS DE SOUSA
DATA : 28/07/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Google meet (meet.google.com/kah-mgmu-ixe)
TÍTULO:

Relações iônicas e respostas oxidativas decorrentes da salinidade nos capins Piatã e Tanzânia


PALAVRAS-CHAVES:

Dismutase do superóxido; exclusão de sódio; cultivar Tanzânia.


PÁGINAS: 97
RESUMO:

Os solos afetados pela salinidade, natural e antrópicos, geram um impacto negativo nos ecossistemas que abrigam a biodiversidade e interferem na fertilidade do solo, na degradação pela perda de nutrientes, na diminuição da produtividade agrícola e promove o acúmulo de íons tóxicos pelas culturas vegetais. Os íons de sódio (Na+) e cloreto (Cl-) competem com sítios de absorção de macronutrientes importantes devido aos raios iônicos e cargas similares, concentrando-se em excesso nos tecidos da planta e induzindo danos oxidativos. Entretanto, as melhores capacidades de regulação da entrada desses íons e a proteção antioxidativa podem ser associadas com a tolerância à salinidade. Objetivou-se comparar tais mecanismos de tolerância ao estresse salino em duas gramíneas forrageiras Urochloa brizantha cv. piatã (Hochst. ex A.Rich.) e Megathyrsus maximus cv. tanzânia (Jacq.) B.K.Simon e S.W.L.Jacobs. Os experimentos foram organizados da seguinte maneira: O experimento I objetivou analisar a emergência, o crescimento inicial e o equilíbrio iônico das gramíneas forrageiras submetidas a cinco níveis de NaCl a 0; 0,6; 1,2; 1,8 e 2,4 g/kg de areia de textura média. Foram analisados os teores dos íons de Na+ e K+ nos tecidos vegetais por fotômetro de chama, e o teor de Clpor titulometria com nitrato de prata. O estresse salino reduziu o crescimento de ambas as cultivares; contudo a sobrevivência da cultivar Piatã foi afetada severamente nos níveis mais altos de salinidade. Além disso, Piatã acumulou mais Na+ e Clnos seus tecidos do que Tanzânia. Com a finalidade de observar se essas respostas são exibidas em outras fases de desenvolvimento das plantas e entender o papel do sistema radicular na exclusão dos íons tóxicos e outros mecanismos de adaptação, um segundo experimento foi planejado para aplicação do estresse em solução nutritiva. Os capins foram submetidos ao estresse salino com 120 mM de NaCl a partir do vigésimo dia após semeadura, sendo as plantas coletadas aos 10 e 20 dias após exposição ao estresse. Em cada tempo de coletas foram analisados: os comprimentos e massas frescas da folha, colmo e raízes; os teores dos íons Na+, K+, Cle N total, os teores de prolina, açúcares solúveis, amido e proteínas solúveis; danos oxidativos e a atividade e isoformas de enzimas antioxidantes, catalase, peroxidase de guaiacol e a dismutase de superóxido. Os resultados indicam que o capim Tanzânia desempenhou mecanismos mais eficientes para o controle do acúmulo de íons Na+ e Clnos tecidos aéreos, sendo mais evidente aos dez dias de exposição ao estresse. Os teores de K+ mostraram reduções nos tecidos aéreos de Piatã aos 10 dias de exposição ao estresse; enquanto as reduções nos tecidos aéreos em Tanzânia se observaram primeiro nos colmos a partir de vigésimo dia de exposição à salinidade. Os teores de N total reduziram significativamente nas duas cultivares, sendo maior a redução em Piatã aos 10 primeiros dias de exposição ao estresse. Os teores dos pigmentos fotossintéticos foram severamente afetados e de forma similar em ambas as espécies. A prolina teve maior acúmulo nos tecidos de Piatã em ambos os tempos de exposição ao estresse salino. De modo geral, açúcares solúveis acumularam-se em folhas de ambas as espécies; destacando-se os incrementos de frutose e sacarose em folhas de Piatã aos 10 dias de exposição à salinidade. A salinidade induziu maior acúmulo de malondialdeído nas folhas de Piatã. A atividade da dismutase de superóxido e da peroxidase aumentou em folhas e raízes de ambas as espécies; enquanto a atividade da catalase aumentou em todos os tecidos de Piatã e apenas nas raízes de Tanzânia. A análise da atividade em gel de eletroforese (zimogramas) corroboraram o comportamento das enzimas, e revelaram a indução de isoformas específicas sob condições de estresse. A PCA revelou que mecanismos de tolerância associados às raízes (os teores de sódio (NaR), a atividade da peroxidase de guaiacol (PodR) e da superóxido dismutase (SodR)), e folhas (comprimento (CF), o teor glicose (GliF)) são determinantes da tolerância do capim Tanzânia a condições de estresse salino. Por outro lado, as variáveis em folhas do capim Piatã (cloreto (Cl-F), prolina (ProlF), malondialdeído (MDAF) se relacionam com a sensibilidade ao estresse salino. Os resultados demonstram uma tolerância contrastante em ambas as espécies ao estresse salino. A maior tolerância à salinidade de capim Tanzânia deve-se a ativação de mecanismos de exclusão de sódio, envolvendo um fortalecimento dos sistemas radiculares e uma osmorregulação mediada por glicose.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CIBELE VENTURA VIEIRA SATUF - URCA
Externa à Instituição - ALINE MARIA BRITO LUCAS - IFCE
Interno - FRANCISCO NASCIMENTO PEREIRA JUNIOR
Presidente - JUAN CARLOS ALVAREZ PIZARRO
Notícia cadastrada em: 23/07/2025 09:36
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